Perguntas Frequentes
P.: Qual a diferença entre o som produzido por chapas de zinco e de alumínio?
R.: A propagação do som nestes metais difere por conta de fatores físicos. Isso influi no timbre, embora muitas vezes esta diferença seja quase imperceptível.
P.: Por que os modelos unissonoros soam diferente dos modelos bissonoros?
R.: Basicamente, soam diferentes por que as notas se foram em regiões distintas do instrumento. Além disso, por conta de as palhetas estarem rebitadas em uma mesma chapa, ao soarem produzem harmônicos diferentes conforme as notas vizinhas (que são diferentes nos vários modelos).
P.: Porque muitos músicos tocam só (ou quase só) abrindo o fole?
R.: Há várias respostas: primeiro por que é mais fácil decorar um teclado só. Segundo porque o timbre é mais bonito já que a ressonância do som produzido abrindo e fechando é distinta por que as notas se formam em regiões distintas do instrumento.). Essa diferença é maior nos instrumentos bissonoros.
P.: Qual a diferença entre os modelos bissonoros e unissonoros?
R: Os modelos bissonoros (Rheinische e Einheits) produzem notas distintas para o mesmo botão ao abrir e fechar o fole. Os modelos unissonoros (Péguri, Manoury, Kusserow...) produzem apenas uma nota para cada botão ao abrir e fechar o fole.
P.: Os modelos unissonoros são mais fáceis de tocar que os bissonoros?
R.: Teoricamente sim, mas se o objetivo é tocar tango, há que se levar em conta que toda a literatura está voltada para um tipo de teclado (Rheinische) e obviamente faz uso de suas idiossincrasias para produzir efeitos e fraseados.
P.: Existe acordeon com som de bandoneón?
R.: Não, e por um motivo muito simples: a caixa de ressonância é diferente.
P.: O tipo de decoração exterior (nacarado) e a cor têm alguma relação com a qualidade do instrumento?
R.: Absolutamente nenhuma. A cor e o nácar não têm função harmônica.
P.: O instrumento desafina se for aberto?
R.: Se houver um mínimo de cuidado, não.
P.: Quanto tempo dura uma afinação?
R.: Depende do instrumento, das condições de tempo e de uso. Na verdade, o instrumento começa a desafinar assim que sai da afinação, mas bom instrumento pode segurar a afinação (em níveis razoáveis de exigência) por vários anos se bem cuidado e não exposto a umidade.
P.: Os instrumentos chamados de pré-guerra são sempre melhores que os chamados pós guerra?
R.: Em geral sim, mas não é uma regra sem exceções. Existem instrumentos pré-guerra horríveis.
P.: Como diferenciar um AA pré-guerra de um pós-guerra?
R.: Convém lembrar que uma grande parte dos instrumentos chamados de pós-guerra foi produzida, na verdade, durante a II Guerra Mundial, mas o uso consagrou esta expressão por coincidir com um determinado desenho da lateral da mão direita (ver foto). Este desenho é a forma mais fácil de identificar um pós-guerra.
P.: Afinar bandoneón é igual a afinar acordeon?
R.: Teoricamente, o princípio é o mesmo. Contudo, o bandoneón tem muitas singularidades referente à precisão de afinação, à pressão dos rebites, ao tipo de couro a ser usado, às vedações e outros detalhes. Por isso, afinar um bandoneón requer experiência prévia que a imensa maioria dos luthiers de acordeón não tem (porque não há muita demanda). É sempre mais prudente procurar um luthier especializado em bandoneón.
P.: Os AA são sempre melhores que os outros bandoneóns?
R.: Não. Não existe hierarquia de marcas em termos de qualidade. Em termos comerciais, os AA têm mais valor, mas existem muitos AAs ruins e existem muitos ELA e Meinel&Herold bons. Infelizmente, não há um padrão de qualidade na produção destas fábricas e o melhor a fazer é experimentar o bandoneón para saber se é bom ou não. A marca e o modelo apenas não dizem muita coisa.
P.: Qual a extensão do teclado do bandoneón?
R.: No modelo mais tradicional, o Rheinische tonlage, a extensão vai do C2 a B4 na mão esquerda e do A3 ao B6. Existem alguns bandoneóns, os de 152 tons, que têm 3 botões a mais na mão esquerda (A#1/D#1, C#1/C1 e E4/G4) e 2 a mais na mão direita (G3 e G#3) Ver layout. Hoje em dia, os bandoneóns de Klaus Gutjahr já vêm com notas agregadas. A Bandonionfabrik produz um modelo de 154 tons e Uwe Hartenhauer produz um modelo de 158 tons, o teclado mais amplo que se produz hoje. A título de curiosidade, alguns bandoneonistas do tango encomendaram bandoneóns com notas agregadas como foi o caso de Gabriel Clausi, Minotto di Cicco e Roberto di Filippo..
P.: O bandoneón é um instrumento muito difícil de aprender a tocar?
R.: Todo instrumento é difícil de aprender a tocar se se quer tocar bem.
P.: Dá para tocar tango com bandoneón sistema Einheits?
R.: Dá pra tocar tango com qualquer instrumento que produza notas. Uma harpa produz notas, mas não tem o timbre requerido pelo tango. O mesmo acontece com o Einheits. Cabe ressaltar que o problema não é o layout do bandoneón, mas sim o fato de, normalmente, estes bandoneóns terem 3 ou 4 chapas por nota em vez de 2 (II/II), o que confere um timbre mais próximo ao do acordeon. Uma solução para isso é anular as placas sobressalentes. Contudo, a caixa de ressonância dos instrumentos é maior e a versatilidade fica um pouco prejudicada.
P.: Dá pra tocar tango com instrumentos pequenos (menos de 142 tons)?
R.: O tango é uma música de certa complexidade e costuma utilizar toda a extensão do teclado. Ao não contarem com algumas notas, os instrumentos pequenos prejudicam a execução de diversas músicas.
P.: Para aprender é aconselhável começar com um instrumento pequeno (de menos de 142 tons)?
R.: Não, pois faltam notas.
P.: Qual a relação da numeração dos botões com as notas?
R.: Nenhuma. Os números têm a ver com a evolução do teclado e, antigamente, serviam para 'facilitar' o aprendizado rudimentar. Hoje são obsoletos e não têm mais função, sendo mantidos apenas por tradição. Os números inteiros (1, 2, 3, 4...) correspondem, com exceções, à gênese do instrumento; aos primeiros botões. Logo, os botões agregados tomavam o número dos botões adjacentes. Nesse sentido, os botões ao lado do 1 e do 2 e do 2 e do 3 recebem os números de 1/2, 2/3 e assim por diante.
P.: Qual a extensão do teclado de um bandoneón de tamanho normal (de 142 tons)?
R.: Na mão esquerda, cromaticamente, vai de um C2 até um B4. Faltam o C#2 e o Bb4. Na mão direita, vai de um A3 até um B6. Falta um Bb6. Há bandoneóns com mais tons. Uwe Hartenhauer faz banodnéon de até 158 tons, mas o tradicional são 142, de C2 a B6.
P.: Como é a leitura de partitura para bandoneón?
R.: É como a de piano. Clave de Sol e de Fá para as mãos direita e esquerda respectivamente.
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