Há muitas diferenças entre um acordeon e um bandoneón.
Para quem os toca elas são óbvias e gritantes porém geram muitas dúvidas entre os que não tocam.
Diferenças
Quanto ao fole;
Ambos são instrumentos de fole mas aí já temos a primeira diferença. Se olharmos atentamente, o bandoneón possui um fole dividdo em três partes de 5 gomos cada enquanto o acordeon possui um fole único. Além disso, as cantoneiras de um fole de bandoneon são totalmente externas ao passo que as de um fole de acordeon elas têm as extremidades cobertas pelo debrum.
Uma ressalva deve ser feita: Alguns bandoneóns produzidos hoje na Europa (os Gutjahr por exemplo) não seguem esta tradição e apresentam fole com cantoneiras cobertas como os de acordeon.
Quanto ao madeiramento:
O madeiramento dos acordeons (salvo os muito antigos ou alguns modelos especiais) vem coberto externamente por celulóide enquanto os bandoneons (à exceção dos Danielson e de alguns modelos alemães que nunca vingaram por aqui) está lustrado à boneca com goma-laca ou pintado, podendo apresentar inscrutações em madrepérola (nácar).
Quanto à posição do teclado;
Num acordeon o teclado está posicionado para frente de modo que quem observa consegue divisar ambos teclados (teclas/botões e baixos).
Num bandoneón os teclados estão na lateral de forma que nem o músico nem o expectador conseguem vê-lo de frente.
Quanto ao timbre;
O timbre talvez seja a maior diferença entre ambos instrumentos.
Ambos instrumentos são aerófonos de palhetas livres, ou seja, emitem as notas a partir da pressão do ar produzida pelo fole que faz vibrar uma ou mais palhetas de aço rebitadas à uma placa.
No caso do acordeon, cada par de palhetas (uma que vibra ao abrir e outra ao fechar o fole) está rebitado a uma mesma plaqueta avulsa, sempre de alumínio, excetuando-se aqui raríssimas exceções como os muito antigos que diferiam no material ou os bayans russos quem têm chapas inteiriças.
No bandoneon as palhetas estão todas rebitadas em chapas contínuas e inteiriças (não avulsas por cada par) de alumínio ou de zinco. Há na Europa hoje bandoneóns com chapas de acordeon como os de Harry Geuns e outros. essa "inovação" aparentemente não tem o respaldo dos músicos, que preferem a antiga chapa inteiriça.
Essa diferença nas chapas faz que ao vibrar uma nota esta vibração faça soar também os harmônicos das outras notas rebitadas na mesma chapa. Isso confere uma singularidade tímbrica somente possível nesse instrumento.
Além disso, o acordeon pode produzir diversos timbres distintos com a combinação de oitavas das palhetas feita pelos registros.
O bandoneón produz o som a partir de duas palhetas por nota, uma grave e outra aguda, sempre com intervalo fixo de uma oitava e afinação justa.(Reinische II/II)
O acordeon, dependendo do modelo pode ter até cinco palhetas diferentes soando por nota. Via de regra são uma grave, de uma a três médias e uma aguda. A combinação entre elas o tipo de afinação possibilita em trono de até 15 combinações distintas para a melodia (mão direita e até 9 para a mão esquerda (baixos)
Quanto à extensão do teclado;
A extensão do teclado do bandoneón é de cerca de duas oitavas e meia em cada lado. Destas duas oitavas e meia há intervalos compartilhados por ambas mãos. Encontramos algumas notas da parte mais aguda do teclado da mão esquerda entre as notas mais graves do teclado da mão direita. Isso não é redundante pois ambas mãos podem produzir a mesma nota, solar em uníssono, com timbres diferentes especialmente por causa da caixa de ressonância da mão esquerda, que confere um timbre bastante aveludado em comparação ao timbre cortante da mão direita.
Como o assunto é bandoneón não cabe entrar no mérito dos bayans russos de 64 notas e sistema de baixo solto, ou alguns de 140 baixos...
Assim, excetuando-se este tipo de acordeon, temos que um acordeon pode possuir até 41 (ou 45) teclas e 120 baixos. O aparentemente expresivo número de baixos não se traduz em número de notas. O acordeon tem este nome por ter a mão esquerda baseada em acordes prontos. Assim, mesmo com 120 baixos um acordeon produz apenas uma oitava em notas soltas. o resto são acordes maiores, menores...
As diferenças aqui expostas levam em conta um acordeon a piano. Pela diversidade de modelos e sistemas seria preciso um outro blog para tratar também dos acordeons de botão (cromáticos e/ou diatônicos)
Considerações finais
O acordeon é um instrumento mais rítmico que o bandoneón. Consegue fazer uma base mais segura para o solo da mão direita.
Por dispor somente de notas soltas em ambas mãos o bandoneón, presta-se a uma harmonia mais complexa, possibilitando acordes inimagináveis em qualquer outro instrumento pela proximidade de notas que em qualquer outro sistema estaria demasiadamente longe.
Também por causa das notas soltas em ambos lados presta-se a solos em terças, sextas, oitavas, etc...
Por estas diferenças o repertório de cada instrumnto é flagrantemente distinto.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Diferenças entre Bandoneón e Acordeon
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Jean-Pierre Bianchi
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14:51
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Dados Técnicos
Diatônico/Cromático: Terminologia Correta
O termo "diatônico" é comumente usado para diferenciar o bandoneon Reinische tonlage dos demais sistemas cromáticos como o Péguri ou o Kusserow por exemplo. Isso se deve ao fato de que nestes sistemas um mesmo botão quando pressionado emite a mesma nota tanto abrindo-se quanto fechando-se o fole. No caso do Reinische (e do Einheits), um mesmo botão (90% deles) emite notas distintas ao abrir e ao fechar o fole.
Num primeiro momento de sua evolução, - pensando em bandoneóns de 104, 106 tons -, poder-se-ia talvez defender esta nomenclatura uma vez que os recursos do instrumento eram limitados e as notas produzidas abrindo e fechando o fole apresentavam uma interrelação entre ambos os teclados que poderia confundir-se com um instrumento diatônico.
Contudo, o uso deste termo é totalmente inadequado para o teclado consolidado de 71 (ou 76) botões pois instrumentos diatônicos são os que são construídos com base em uma escala diatôncia de dois tons relativos como Ré e Sol, Sol e Dó, Dó e Fá..., não permitindo a execução de uma escala cromática completa. Assim o são a Harmônica diatônica (gaita de boca), o acordeon diatônico (gaita de botão), etc...
O sistema Reinische tonlage permite a execução de escalas cromáticas completas em amabas as mãos, inclusive simultaneamente. Assim sendo, a terminologia diatônica não é suficientemente precisa para caracterizá-lo.
Com propriedade, deve-se dizer que os sistemas Reinische e Einheits são bissonoros pois produzem dois sons distintos com a pressão de um mesmo botão. Já os sistemas Péguri e Kusserow são unissonoros, emitem sempre o mesmo som para um dado botão.
Podemos assim dizer que cromáticos todos eles são. Uns bissonoros (Reinische e Einheits), outros Unissonoros (Péguri, Kusserow,...)
Num primeiro momento de sua evolução, - pensando em bandoneóns de 104, 106 tons -, poder-se-ia talvez defender esta nomenclatura uma vez que os recursos do instrumento eram limitados e as notas produzidas abrindo e fechando o fole apresentavam uma interrelação entre ambos os teclados que poderia confundir-se com um instrumento diatônico.
Contudo, o uso deste termo é totalmente inadequado para o teclado consolidado de 71 (ou 76) botões pois instrumentos diatônicos são os que são construídos com base em uma escala diatôncia de dois tons relativos como Ré e Sol, Sol e Dó, Dó e Fá..., não permitindo a execução de uma escala cromática completa. Assim o são a Harmônica diatônica (gaita de boca), o acordeon diatônico (gaita de botão), etc...
O sistema Reinische tonlage permite a execução de escalas cromáticas completas em amabas as mãos, inclusive simultaneamente. Assim sendo, a terminologia diatônica não é suficientemente precisa para caracterizá-lo.
Com propriedade, deve-se dizer que os sistemas Reinische e Einheits são bissonoros pois produzem dois sons distintos com a pressão de um mesmo botão. Já os sistemas Péguri e Kusserow são unissonoros, emitem sempre o mesmo som para um dado botão.
Podemos assim dizer que cromáticos todos eles são. Uns bissonoros (Reinische e Einheits), outros Unissonoros (Péguri, Kusserow,...)
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quarta-feira, 21 de julho de 2010
Principais Marcas de Bandoneon
As principais marcas de bandoneon são as seguintes:
Alemãs
Ernest Louis Arnold (ELA)America, Cardenal, ECHO, ELA ELA, E.L.Arnold, Eolica, Tango,
Alfred Arnold (AA)
Alfa, Campo, Premier.
Arno Arnold (não confundir com AA, Doble A...)
Meinel&Herold
F. Lange
Brasileiras
Danielson
Todeschini (muito poucos instrumentos)
Alemãs
Ernest Louis Arnold (ELA)America, Cardenal, ECHO, ELA ELA, E.L.Arnold, Eolica, Tango,
Alfred Arnold (AA)
Alfa, Campo, Premier.
Arno Arnold (não confundir com AA, Doble A...)
Meinel&Herold
F. Lange
Brasileiras
Danielson
Todeschini (muito poucos instrumentos)
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Jean-Pierre Bianchi
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Encontros de bandoneonistas no Brasil
No Brasil há encontros de bandoneonistas nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Rio Grande do Sul acontece o Encontro de Bandoneonistas em Passo Fundo. Sempre em meados de novembro e com predominância do tango e da música gaúcha.
Bem organizado em um teatro central da cidade, atrai músicos de todo o estado, Santa Catarina e Argentina pela atenção dispensada pelo público às apresentações.
Ainda, Caxias do Sul e Caçapava do Sul promoveram encontros que hoje não mais se realizam.
Em Santa Catarina acontecem encontros nas cidades de Chapecó (abril), Joinville (maio), Massaranduba e Jaraguá do Sul. Todos com nítida enfase na música folclórica alemã.
O maior deles, a Bandoneonfest em Joinville, reúne em um salão nas aforas da cidade mais de três mil pessoas que aproveitam o dia entre a culinária, a música e o chopp da região. Caracteriza-se mais pela festa e diversão, como o próprio nome denota, que pela ênfase nas apresentações musicais.
No Rio Grande do Sul acontece o Encontro de Bandoneonistas em Passo Fundo. Sempre em meados de novembro e com predominância do tango e da música gaúcha.
Bem organizado em um teatro central da cidade, atrai músicos de todo o estado, Santa Catarina e Argentina pela atenção dispensada pelo público às apresentações.
Ainda, Caxias do Sul e Caçapava do Sul promoveram encontros que hoje não mais se realizam.
Em Santa Catarina acontecem encontros nas cidades de Chapecó (abril), Joinville (maio), Massaranduba e Jaraguá do Sul. Todos com nítida enfase na música folclórica alemã.
O maior deles, a Bandoneonfest em Joinville, reúne em um salão nas aforas da cidade mais de três mil pessoas que aproveitam o dia entre a culinária, a música e o chopp da região. Caracteriza-se mais pela festa e diversão, como o próprio nome denota, que pela ênfase nas apresentações musicais.
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terça-feira, 20 de julho de 2010
Grandes Bandoneonistas (em seu estilo)
Música Clássica/Contemporânea
Alejandro Barletta
Alexander Mitenev
Brian Alex Caballero
Daniel Binelli
Dino Saluzzi
Juan Pablo Jofre
Klaus Gutjahr
Lautaro Greco
Luis Caruana
Martin Sued
René Marino Rivero
Rufo Herrera
Santiago Cimadevilla
Victor Hugo Villena
Música Regional Gaúcha/Chamamé
Antonio Serrano
Carlittos Magallanes (em especial acompanhando Cesar Passarinho)
Chaloy Jara
Doly Carlos da Costa (em especial com Os Posteiros)
Elinho do Bandoneón
Humberto Yule
Luiz Santa Cruz
Mano Monteiro
Luis Pajarito Silvestri
Juan Pico Nuñes
Milagros Caliva
Iaco Abitbol
Mario del Transito Cocomarola
Blas Martinez Riera
Juan Manuel Alzogaray
Paquito Aranda
Humberto Yule
Juan Manuel Silveyra
Diego Gutierrez
Tango
Alfredo Marcucci
Aníbal Troilo
Antonio Príncipe
Astor Piazzolla
Benjamín Szvalb
Carlittos Magallanes
Carel Kraayenhoff
Ciriáco Ortiz
Daniele di Bonaventura
Eduardo Arolas
Eduardo Rovira
Gabriel Clausi
Gabriel Merlino
Gabriel Rivano
Hugo Díaz
Juan José Mosalini
Juanjo Mosalini
José Libertella
Juan Maglio Pacho
Julio Pane
Julián Hasse
Leopoldo Federico
Marcelo Mercadante
Marcelo Nisinman
Marcos Madrigal
Martin Mirol
Néstor Marconi
Pedro Maffia
Pedro Laurenz
Oldimar "Pocho" Cáceres
Olivier Manoury
Osvaldo Fresedo
Osvaldo Montes
Per Arne Glorvigen
Raul Jaurena
Roberto Di Filippo
Rodolfo Mederos
Rubén Juárez
Ryota Komatsu
Victor Lavallén
Walter Rios
Walter Castro
William Sabatier
Walter Anselmi
Música Folclórica Alemã (no Brasil)
Breno Schneider
Ervino Sulzbach
Irmãos Fiebes
Ivan Lorenz
Márcio Brosowsky
Rodrigo Kienen
Alejandro Barletta
Alexander Mitenev
Brian Alex Caballero
Daniel Binelli
Dino Saluzzi
Juan Pablo Jofre
Klaus Gutjahr
Lautaro Greco
Luis Caruana
Martin Sued
René Marino Rivero
Rufo Herrera
Santiago Cimadevilla
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Música Regional Gaúcha/Chamamé
Antonio Serrano
Carlittos Magallanes (em especial acompanhando Cesar Passarinho)
Chaloy Jara
Doly Carlos da Costa (em especial com Os Posteiros)
Elinho do Bandoneón
Humberto Yule
Luiz Santa Cruz
Mano Monteiro
Luis Pajarito Silvestri
Juan Pico Nuñes
Milagros Caliva
Iaco Abitbol
Mario del Transito Cocomarola
Blas Martinez Riera
Juan Manuel Alzogaray
Paquito Aranda
Humberto Yule
Juan Manuel Silveyra
Diego Gutierrez
Tango
Alfredo Marcucci
Aníbal Troilo
Antonio Príncipe
Astor Piazzolla
Benjamín Szvalb
Carlittos Magallanes
Carel Kraayenhoff
Ciriáco Ortiz
Daniele di Bonaventura
Eduardo Arolas
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Gabriel Clausi
Gabriel Merlino
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Hugo Díaz
Juan José Mosalini
Juanjo Mosalini
José Libertella
Juan Maglio Pacho
Julio Pane
Julián Hasse
Leopoldo Federico
Marcelo Mercadante
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Marcos Madrigal
Martin Mirol
Néstor Marconi
Pedro Maffia
Pedro Laurenz
Oldimar "Pocho" Cáceres
Olivier Manoury
Osvaldo Fresedo
Osvaldo Montes
Per Arne Glorvigen
Raul Jaurena
Roberto Di Filippo
Rodolfo Mederos
Rubén Juárez
Ryota Komatsu
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Jean-Pierre Bianchi
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Bandoneonistas
Um Bandoneón para tocar Tango
Cada bandoneón produz um sonoridade e um timbre diferente.
Para escolher um bandoneón com a finalidade de tocar tango, além dos critérios elencados noutro post, há algumas peculiaridades que devem ser observadas.
É possível tocar tango em qualquer bandoneón, entretanto, a música soará melhor, mais tanguera, se o instrumento obedecer a estas características:
Sistema Reinische Tonlage (bissonoro)
71 ou 76 botões (142 ou 152 tons)
chapas de zinco (facilitam o staccatto característico deste ritmo além de produzir um timbre mais encorpado e aveludado)
afinação em lá=442hz
Algumas marcas como Alfred Arnold (Doble A) e Premier (outro modelo fabricado pela fábrica de Alfred Arnold) são os preferidos entre os tangueros.
Merecem destaque também os 3B (Meinel&Herold) e os ELA.
Para escolher um bandoneón com a finalidade de tocar tango, além dos critérios elencados noutro post, há algumas peculiaridades que devem ser observadas.
É possível tocar tango em qualquer bandoneón, entretanto, a música soará melhor, mais tanguera, se o instrumento obedecer a estas características:
Sistema Reinische Tonlage (bissonoro)
71 ou 76 botões (142 ou 152 tons)
chapas de zinco (facilitam o staccatto característico deste ritmo além de produzir um timbre mais encorpado e aveludado)
afinação em lá=442hz
Algumas marcas como Alfred Arnold (Doble A) e Premier (outro modelo fabricado pela fábrica de Alfred Arnold) são os preferidos entre os tangueros.
Merecem destaque também os 3B (Meinel&Herold) e os ELA.
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Dados Técnicos
Critérios para a compra de um bandoneón
Para a compra de um bandoneón há critérios gerais que devem ser observados:
1 - Sistema (layout) das notas;
Há vários sistemas de notação. O mais popular no Brasil é o Reinische Tonlage, 142/152 tons.
2 - Número de botões;
bandoneóns (Reinische) com menos de 71 botões são considerados pequenos, ou seja, não têm o recurso que um bandoneón de tamanho regular tem. Estes são vulgarmente chamados de "3/4" ou "meio" bandoneóns.
A forma correta de denominação destes instrumentos é dada pela multiplicação do número de botões por dois, e.g.: 52 botões = 104 tons; 65 botões = 130 tons, etc.
Do contrário não é possivel distinguir entre um 104, um 106 e um 110 tons pois qualquer destes seria considerado "meio" bandoneón. Assim como seria impossível a diferença entre um 122, um 128 e um 130 tons; seriam todos "3/4".
3 - Pressão do fole;
É necessário verificar a pressão do fole. Certificar-se de que o mesmo não apresenta furos ou vazamentos. Também que os couros nos cantos não estejam demasiadamente ressecados, o que levará ao aparecimento de vazamentos a curto/médio prazo. Também as cantoneiras devem estar em bom estado e não amassadas, trincadas, frouxas ou quebradas.
4 - Estado geral da madeira
É muito importante que o instrumento não tenha e não tenha sido atacado antes por cupins. A madeira não deve apresentar rachaduras ou emendas.
É comum no entanto encontrar a mesa rachada nas laterais por manuseio incompetente. - problema sanável mas indesejado.
5 - Estado geral das palhetas;
Esta é a parte que produz o som, assim sendo, é o mais importante no instrumento. É preciso verificar se as chapas estão inteiras, sem remendos de qualquer sorte. Bandoneóns tem chapas inteiras e várias palhetas rebitadas na mesma chapa e não uma chapa para cada palhetas como um acordeon.´
Não menos importante que o estado das chapas é o estado das palhetas. Verificar se não apresentam ferrugem em excesso e se não foram muito limadas, o que diminuirá sensívelmente a sua vida útil.
Colados nas chapas estão courinhos (vedantes) que devem estar rentes às placas e não retorcidos.
Tudo se pode restaurar com sucesso num bandoneon, exceto chapas maltratadas.
6 - Correto funcionamento da válvula de ar
bastante simples de verificar, é necessário que a alavanca que libera o ar funcione corretamente, do contrário não há como verificar a pressão do fole, a sonoridade ou a afinação.
7 - Correto funcionamento da mecânica dos botões.
Pressionada a tecla, a mesma deve baixar com naturalidade e solta deve retornar prontamente. Para tanto as molas devem estar em bom estado e não enferrujadas.
Também o couro das sapatilhas não deve estar ressecado para bem vedar pois vazando ar entre a junção da mesa e da sapatilha o rendimento do instrumento ficará comprometido.
8 - Afinação e sonoridade
O bandoneón padrão (Reinische) que se usa no Brasil é oitavado, ou seja, quando produz uma nota soam duas palhetas que devem estar afinadas precisamente à mesma "altura" em Hz (440, 442,..) porém com um intervalo de uma oitava entre elas.
Não existe afinação com "brilho" em bandoneón. Ou está precisamente oitavado ou está desafinado.
Somente com um instrumento afinado é possível avaliar com segurança a sua sonoridade e esta é subjetiva, depende do gosto de cada um.
A afinação é um grande problema para um bandoneonista porque, salvo raras exceções, o Brasil não possui luthiers especializados e competentes para afinar bandoneóns. Infelizmente.
Comprar um instrumento já afinado é uma garantia de não ter dor de cabeça procurando um afinador. Este serviço costuma ser caro e demorado.
9 - Critérios subjetivos
Além da sonoridade, que é totalmente subjetiva, há outros elementos que tem uma importância talvez secundária como a originalidade e a estética.
Distinguir entre original e restaurado/reformado pressupõe um conhecimento um pouco mais avançado sobre o instrumento.
As principais diferenças são a pintura, os botões e o fole.
Os bandoneóns alemães que chegaram ao Brasil não tinham revestimento em celulóide (salvo raríssimas excessões). Eram lustrados a goma-laca na sua maioria, ainda que não raro sejam pintados com uma tinta algo fosca.
É pela (obsoleta) numeração dos botões que se pode ver mais facilmente se um bandoneón foi ou não pintado.
Se foi pintado a nova pintura deve esconder os números ou facilitar o contraste entre a nova pintura e a velha que no momento da pintura foi coberta para "salvar" o número.
Além disso, é normal que um bandoneon com mais de 70 ou 80 anos apresente desgastes e marcas do tempo.... se não houver qualquer marca é porque foi restaurado.
Os botões originais de galatita ficam amarelados com o tempo. se os botões estiverem muito branquinhos podem não ser originais. Se forem de plástico não são originais (exceção aos Danielson)
Há botões originais em madeira também e algumas outras variações menos comuns.
Saber se o fole é orginal pressupóe o conhecimento dos padrões de papel de cada fabricante.
A beleza estética vai obedecer ao gosto particular de cada um.
10 - Preço
É natural que bandoneons originais e de melhor rendimento tenham valor superior aos de qualidade inferior e restaurados. De todos modos convém pesquisar exaustivamente antes de adquirir um instrumento.
É muito comum ver instrumentos no Mercado Livre ou em lojas com preços abusivos e de qualidade duvidosa.
Na dúvida, peça a opinião de alguém que toque e que entenda do instrumento.
1 - Sistema (layout) das notas;
Há vários sistemas de notação. O mais popular no Brasil é o Reinische Tonlage, 142/152 tons.
2 - Número de botões;
bandoneóns (Reinische) com menos de 71 botões são considerados pequenos, ou seja, não têm o recurso que um bandoneón de tamanho regular tem. Estes são vulgarmente chamados de "3/4" ou "meio" bandoneóns.
A forma correta de denominação destes instrumentos é dada pela multiplicação do número de botões por dois, e.g.: 52 botões = 104 tons; 65 botões = 130 tons, etc.
Do contrário não é possivel distinguir entre um 104, um 106 e um 110 tons pois qualquer destes seria considerado "meio" bandoneón. Assim como seria impossível a diferença entre um 122, um 128 e um 130 tons; seriam todos "3/4".
3 - Pressão do fole;
É necessário verificar a pressão do fole. Certificar-se de que o mesmo não apresenta furos ou vazamentos. Também que os couros nos cantos não estejam demasiadamente ressecados, o que levará ao aparecimento de vazamentos a curto/médio prazo. Também as cantoneiras devem estar em bom estado e não amassadas, trincadas, frouxas ou quebradas.
4 - Estado geral da madeira
É muito importante que o instrumento não tenha e não tenha sido atacado antes por cupins. A madeira não deve apresentar rachaduras ou emendas.
É comum no entanto encontrar a mesa rachada nas laterais por manuseio incompetente. - problema sanável mas indesejado.
5 - Estado geral das palhetas;
Esta é a parte que produz o som, assim sendo, é o mais importante no instrumento. É preciso verificar se as chapas estão inteiras, sem remendos de qualquer sorte. Bandoneóns tem chapas inteiras e várias palhetas rebitadas na mesma chapa e não uma chapa para cada palhetas como um acordeon.´
Não menos importante que o estado das chapas é o estado das palhetas. Verificar se não apresentam ferrugem em excesso e se não foram muito limadas, o que diminuirá sensívelmente a sua vida útil.
Colados nas chapas estão courinhos (vedantes) que devem estar rentes às placas e não retorcidos.
Tudo se pode restaurar com sucesso num bandoneon, exceto chapas maltratadas.
6 - Correto funcionamento da válvula de ar
bastante simples de verificar, é necessário que a alavanca que libera o ar funcione corretamente, do contrário não há como verificar a pressão do fole, a sonoridade ou a afinação.
7 - Correto funcionamento da mecânica dos botões.
Pressionada a tecla, a mesma deve baixar com naturalidade e solta deve retornar prontamente. Para tanto as molas devem estar em bom estado e não enferrujadas.
Também o couro das sapatilhas não deve estar ressecado para bem vedar pois vazando ar entre a junção da mesa e da sapatilha o rendimento do instrumento ficará comprometido.
8 - Afinação e sonoridade
O bandoneón padrão (Reinische) que se usa no Brasil é oitavado, ou seja, quando produz uma nota soam duas palhetas que devem estar afinadas precisamente à mesma "altura" em Hz (440, 442,..) porém com um intervalo de uma oitava entre elas.
Não existe afinação com "brilho" em bandoneón. Ou está precisamente oitavado ou está desafinado.
Somente com um instrumento afinado é possível avaliar com segurança a sua sonoridade e esta é subjetiva, depende do gosto de cada um.
A afinação é um grande problema para um bandoneonista porque, salvo raras exceções, o Brasil não possui luthiers especializados e competentes para afinar bandoneóns. Infelizmente.
Comprar um instrumento já afinado é uma garantia de não ter dor de cabeça procurando um afinador. Este serviço costuma ser caro e demorado.
9 - Critérios subjetivos
Além da sonoridade, que é totalmente subjetiva, há outros elementos que tem uma importância talvez secundária como a originalidade e a estética.
Distinguir entre original e restaurado/reformado pressupõe um conhecimento um pouco mais avançado sobre o instrumento.
As principais diferenças são a pintura, os botões e o fole.
Os bandoneóns alemães que chegaram ao Brasil não tinham revestimento em celulóide (salvo raríssimas excessões). Eram lustrados a goma-laca na sua maioria, ainda que não raro sejam pintados com uma tinta algo fosca.
É pela (obsoleta) numeração dos botões que se pode ver mais facilmente se um bandoneón foi ou não pintado.
Se foi pintado a nova pintura deve esconder os números ou facilitar o contraste entre a nova pintura e a velha que no momento da pintura foi coberta para "salvar" o número.
Além disso, é normal que um bandoneon com mais de 70 ou 80 anos apresente desgastes e marcas do tempo.... se não houver qualquer marca é porque foi restaurado.
Os botões originais de galatita ficam amarelados com o tempo. se os botões estiverem muito branquinhos podem não ser originais. Se forem de plástico não são originais (exceção aos Danielson)
Há botões originais em madeira também e algumas outras variações menos comuns.
Saber se o fole é orginal pressupóe o conhecimento dos padrões de papel de cada fabricante.
A beleza estética vai obedecer ao gosto particular de cada um.
10 - Preço
É natural que bandoneons originais e de melhor rendimento tenham valor superior aos de qualidade inferior e restaurados. De todos modos convém pesquisar exaustivamente antes de adquirir um instrumento.
É muito comum ver instrumentos no Mercado Livre ou em lojas com preços abusivos e de qualidade duvidosa.
Na dúvida, peça a opinião de alguém que toque e que entenda do instrumento.
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Bandoneonistas no Brasil, origem, estilo e residência
Alejandro di Nubila, Argentino, tanguero, residente em Curitiba - PR
Altair Castelan, Catarinense, tanguero, residente em Florianópolis - SC
Aparício Konze, gaúcho, tanguero, residente em Curitiba - PR
Augusto Cesar Cantero Morales. Uruguaio, tangeuro, residente em São PAulo - SP
Breno Schneider, gaúcho, música alemã, Ijuí - RS
Carlittos Magallanes, Uruguaio, Tanguero, residente em Porto Alegre - RS
Carlos Bosco Marx, paulista, tanguero, residente em São Paulo - RS
Carlos Otto Reck, catarinense, música alemã, residente em Joinville - SC
Doly Carlos da Costa, gaúcho, tanguero/folclore, residente em Porto Alegre
Edgar Leschewitz, gaúcho, música sacra, residente em Curitiba - PR
Enor Guilherme, gaúcho, chamamecero, residente em Tapejara - RS
Érico Krause, gáúcho, tanguero, residente em São Leopoldo - RS
Ervino Sulzbach, gaúcho, música alemão, Residente em Estrela - RS
Ivan Lorenz, catarinense, música alemã, residente em Pomerode - SC
João Alberto Berthier Vieira (Betinho), gaúcho, tanguero, residente em Caxias do Sul - RS
João Irineu Dietrich (João do Bandoneón), gaúcho, música gapucha e alemã, residnete em ?
João Henriques, gaúcho, música gaúcha, residente em Caçapava do Sul - RS
João Lacerda, gaúcho, tanguero, residente em Pelotas - RS
Juan "Pelín" Capobianco, Uruguaio, tanguero, residente no Rio de Janeiro - RJ
Leopoldo Jacó Steffler, gaúcho, tanguero, residente em Bagé - RS
Luis Alberto Gonzalez dos Santos, uruguaio, tanguero, residente em Caxias do Sul - RS
Mano Monteiro, gaúcho, chamamecero, residente em Porto Alegre - RS
Márcio Brosowsky, catarinense, música alemã, residente em São Bento do Sul - SC
Oldimar "Pocho" Cáceres, Uruguaio, tanguero, residente em São Paulo - SP
Rafael Koller, gaúcho, tanguero/folclore, residente em Porto Alegre - RS
Renato Conte, Paranaense, tanguero, residente em Curitiba - `PR
Renato Muller, gaúcho, tanguero/música gaúcha, residente em Porto Alegre
Rodrigo Kienen, catarinense, música alemã/tango, residente em Blumenau - SC
Romário Borelli, catarinense, música brasileira, residente em Curitiba - PR
Rufo Herrera, Argentino, música clássica/tango, residente em Ouro Prto - MG
Savínio Conte, Catarinense, tanguero, residente em Curitiba - PR
Tio Mena Barreto, gaúcho, tanguero/música gaúcha, residente em Passo Fundo - RS
Ubirajara da Silva, gaúcho, tanguero, residente no Rio de Janeiro - RJ
Wendelino Kinzel, gaúcho, música alemã, residente em Porto Alegre - RS
Altair Castelan, Catarinense, tanguero, residente em Florianópolis - SC
Aparício Konze, gaúcho, tanguero, residente em Curitiba - PR
Augusto Cesar Cantero Morales. Uruguaio, tangeuro, residente em São PAulo - SP
Breno Schneider, gaúcho, música alemã, Ijuí - RS
Carlittos Magallanes, Uruguaio, Tanguero, residente em Porto Alegre - RS
Carlos Bosco Marx, paulista, tanguero, residente em São Paulo - RS
Carlos Otto Reck, catarinense, música alemã, residente em Joinville - SC
Doly Carlos da Costa, gaúcho, tanguero/folclore, residente em Porto Alegre
Edgar Leschewitz, gaúcho, música sacra, residente em Curitiba - PR
Enor Guilherme, gaúcho, chamamecero, residente em Tapejara - RS
Érico Krause, gáúcho, tanguero, residente em São Leopoldo - RS
Ervino Sulzbach, gaúcho, música alemão, Residente em Estrela - RS
Ivan Lorenz, catarinense, música alemã, residente em Pomerode - SC
João Alberto Berthier Vieira (Betinho), gaúcho, tanguero, residente em Caxias do Sul - RS
João Irineu Dietrich (João do Bandoneón), gaúcho, música gapucha e alemã, residnete em ?
João Henriques, gaúcho, música gaúcha, residente em Caçapava do Sul - RS
João Lacerda, gaúcho, tanguero, residente em Pelotas - RS
Juan "Pelín" Capobianco, Uruguaio, tanguero, residente no Rio de Janeiro - RJ
Leopoldo Jacó Steffler, gaúcho, tanguero, residente em Bagé - RS
Luis Alberto Gonzalez dos Santos, uruguaio, tanguero, residente em Caxias do Sul - RS
Mano Monteiro, gaúcho, chamamecero, residente em Porto Alegre - RS
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Rafael Koller, gaúcho, tanguero/folclore, residente em Porto Alegre - RS
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Jean-Pierre Bianchi
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Bandoneón,
Bandoneonistas
Um pouco sobre o bandoneón
O bandoneón é um instrumento musical de palhetas livres, semelhante a uma concertina, utilizado principalmente na Argentina, onde é o principal instrumento da orquestra de tango. O executante do bandoneón é chamado de bandoneonista.
O bandoneón foi inventado pelo músico alemão Heinrich Band (1821-1860). O nome original alemão bandonion refere-se ao sobrenome de Band. Foi criado para ser usado na música religiosa e na música popular alemã, em contraste à concertina, que era considerada um instrumento folclórico. Imigrantes alemães levaram, no início do século XX, o bandoneón para a Argentina, onde ele foi incorporado à música local .
O bandoneón produz o som a partir da vibração de palhetas de aço rebitadas em chapas de metal que podem ser zinco ou alumínio. Na execução do tango é preferível o instrumento com chapas de zinco pelo peso, que permite versatilidade no staccato típico da marcação do tango, bem como pela doçura tímbrica.
Há vários modelos de bandoneón e layouts de escalas, desde instrumentos com 52 botões (104 tons) até 78 tons ( 156 tons). O bandoneon pode ser bissonoro ou unissonoro (equivocadamente chamados de diatônico e cromático respectivamente) Não existe bandoneón diatônico pois isso equivale a instrumentos que estão construídos sobre duas escalas relativas, o que não é o caso do bandoneón bissonoro pois pode-se facilmente executar uma escala cromática completa com ambas as mãos.
Existem vários modelos unissonoros, também chamados equivocadamente de concertinas,e que correspondem a vários layouts diferentes, e.g.: Péguri, Kusserov, Manoury,... Há dois modelos bissonoros: o Reinische Tonlage de até 76 botões (152 tons) que se usa no tango e o Einheitsbandonion de até 76 botões ( 152 tons) que se usa na música alemã.
O bandoneón padrão do tango é o modelo Reinische tonlage de 71 botões (142 tons) com apenas duas chapas de zinco e afinação a 442Hz. Apesar disso, existem desde badoneões de estudo com apenas uma chapa por nota até bandoneões com quatro chapas. Os modelos diferentes do de duas chapas não são utilizados no tango por não terem o som caracterítico do instrumento, senão que mais bem soam como um acordeon.
O Brasil teve sua própria fábrica de bandoneões, a Danielson & Goettems, de Santa Rosa - RS. Esta fábrica produziu bandoneões desde meados da década de 50 até começos dos anos 80. Reabrindo posteriormente e fechando definitivamente nos anos 90. Todos os seus modelos são Reinische tonlage, de 71 ou 76 botões, sempre com chapas de alumínio e revestimento de celulóide (salvo raríssimas exceções), por vezes ornamentado com flores. Estes bandoneões não são apropriados para a execução do tango pois seu timbre é muito estridente se comparado aos bandoneões alemães. Mais bem servem para o chamamé ou a música alemã. São instrumentos bastante resistentes e mais novos que os bons instrumentos alemães.
Dentre as fábricas de bandoneón alemãs, destacam-se a ELA (Ernest Louis Arnold), Alfred Arnold (AA ou Doble A), Arno Arnold (não confundir com AA), Meinel & Herold e F. Lange. Esta última não chegou a produzir bandoneões de tamanho padrão (71 botões) porém seus bandoneões pequenos são muito apreciados pelos executantes de música alemã. As fábricas ELA e AA fabricaram instrumentos com inúmeras marcas diferentes. A ELA fabricou dentre muitos outros, os modelos Tango, Cardenal, América, Echo, E.L. Arnold,... A Alfred Arnold fabricou, dentre outros, os Premier, Campo, Alfa,...
Ainda hoje produzem-se bandoneões sob encomenda em partes da Europa sendo os mais renomados os dos luthiers Uwe Hartenhauer (Alemanha), Harry Geuns(Bélgica) e Klaus Gutjahr(Alemanha). Algumas fábricas de acordeon na Itália, como a Victoria e a Pigini, também fabricam instrumentos.
Os materiais que compõem o bandoneón são basicamente madeira, couro, papelão, alpaca, zinco/alumínio, aço e galatita. O fole é confeccionado em papelão, tendo os cantos recobertos por couro (marroquim) e cantoneiras externas de alpaca. Pode também ser enfeitado com outros adornos em alpaca ( que muitos insistem em dizer ser "prata alemã"). O madeiramento dos antigos intrumentos alemães é feito em pinho alemão com lustro a goma-laca (salvo algumas exceções) e pode apresentar inscrustações em nácar (madrepérola) Os botões são feitos de galatita com olho de madrepérola. Podem se encontrar também botões de madeira. As chapas com as palhetas são presas aos castelos por pregos e não com cera como no acordeon. Outra diferença é que as chapas são inteiriças, ou seja, trazem várias palhetas rebitadas na mesma chapa enquanto no acordeon há apenas duas palhetas por chapa. Essa característica torna a afinação do instrumento muito trabalhosa e difícil.
È extremamente útil, para um aprofundamento na história deste instrumento, uma visita aos sítios web abaixo:
http://www.inorg.chem.ethz.ch/tango - página de Christian Mensing sobre tango e bandoneón.
http://www.bandoneon-hartenhauer.de/ - Página dos Bandoneões Hartenhauer
http://www.bandoneon-maker.com/ - Página dos Bandoneões de Harry Geuns
http://www.inart.de/gutjahr/ - Página dos Bandoneões Gutjahr
http://www.bandonion-carlsfeld.de/ - Página da Bandonion und Concertina Fabrik Klingenthal
http://www.pigini.com/prodotti/standard.php?language=en - Bandoneões Pigini
O bandoneón foi inventado pelo músico alemão Heinrich Band (1821-1860). O nome original alemão bandonion refere-se ao sobrenome de Band. Foi criado para ser usado na música religiosa e na música popular alemã, em contraste à concertina, que era considerada um instrumento folclórico. Imigrantes alemães levaram, no início do século XX, o bandoneón para a Argentina, onde ele foi incorporado à música local .
O bandoneón produz o som a partir da vibração de palhetas de aço rebitadas em chapas de metal que podem ser zinco ou alumínio. Na execução do tango é preferível o instrumento com chapas de zinco pelo peso, que permite versatilidade no staccato típico da marcação do tango, bem como pela doçura tímbrica.
Há vários modelos de bandoneón e layouts de escalas, desde instrumentos com 52 botões (104 tons) até 78 tons ( 156 tons). O bandoneon pode ser bissonoro ou unissonoro (equivocadamente chamados de diatônico e cromático respectivamente) Não existe bandoneón diatônico pois isso equivale a instrumentos que estão construídos sobre duas escalas relativas, o que não é o caso do bandoneón bissonoro pois pode-se facilmente executar uma escala cromática completa com ambas as mãos.
Existem vários modelos unissonoros, também chamados equivocadamente de concertinas,e que correspondem a vários layouts diferentes, e.g.: Péguri, Kusserov, Manoury,... Há dois modelos bissonoros: o Reinische Tonlage de até 76 botões (152 tons) que se usa no tango e o Einheitsbandonion de até 76 botões ( 152 tons) que se usa na música alemã.
O bandoneón padrão do tango é o modelo Reinische tonlage de 71 botões (142 tons) com apenas duas chapas de zinco e afinação a 442Hz. Apesar disso, existem desde badoneões de estudo com apenas uma chapa por nota até bandoneões com quatro chapas. Os modelos diferentes do de duas chapas não são utilizados no tango por não terem o som caracterítico do instrumento, senão que mais bem soam como um acordeon.
O Brasil teve sua própria fábrica de bandoneões, a Danielson & Goettems, de Santa Rosa - RS. Esta fábrica produziu bandoneões desde meados da década de 50 até começos dos anos 80. Reabrindo posteriormente e fechando definitivamente nos anos 90. Todos os seus modelos são Reinische tonlage, de 71 ou 76 botões, sempre com chapas de alumínio e revestimento de celulóide (salvo raríssimas exceções), por vezes ornamentado com flores. Estes bandoneões não são apropriados para a execução do tango pois seu timbre é muito estridente se comparado aos bandoneões alemães. Mais bem servem para o chamamé ou a música alemã. São instrumentos bastante resistentes e mais novos que os bons instrumentos alemães.
Dentre as fábricas de bandoneón alemãs, destacam-se a ELA (Ernest Louis Arnold), Alfred Arnold (AA ou Doble A), Arno Arnold (não confundir com AA), Meinel & Herold e F. Lange. Esta última não chegou a produzir bandoneões de tamanho padrão (71 botões) porém seus bandoneões pequenos são muito apreciados pelos executantes de música alemã. As fábricas ELA e AA fabricaram instrumentos com inúmeras marcas diferentes. A ELA fabricou dentre muitos outros, os modelos Tango, Cardenal, América, Echo, E.L. Arnold,... A Alfred Arnold fabricou, dentre outros, os Premier, Campo, Alfa,...
Ainda hoje produzem-se bandoneões sob encomenda em partes da Europa sendo os mais renomados os dos luthiers Uwe Hartenhauer (Alemanha), Harry Geuns(Bélgica) e Klaus Gutjahr(Alemanha). Algumas fábricas de acordeon na Itália, como a Victoria e a Pigini, também fabricam instrumentos.
Os materiais que compõem o bandoneón são basicamente madeira, couro, papelão, alpaca, zinco/alumínio, aço e galatita. O fole é confeccionado em papelão, tendo os cantos recobertos por couro (marroquim) e cantoneiras externas de alpaca. Pode também ser enfeitado com outros adornos em alpaca ( que muitos insistem em dizer ser "prata alemã"). O madeiramento dos antigos intrumentos alemães é feito em pinho alemão com lustro a goma-laca (salvo algumas exceções) e pode apresentar inscrustações em nácar (madrepérola) Os botões são feitos de galatita com olho de madrepérola. Podem se encontrar também botões de madeira. As chapas com as palhetas são presas aos castelos por pregos e não com cera como no acordeon. Outra diferença é que as chapas são inteiriças, ou seja, trazem várias palhetas rebitadas na mesma chapa enquanto no acordeon há apenas duas palhetas por chapa. Essa característica torna a afinação do instrumento muito trabalhosa e difícil.
È extremamente útil, para um aprofundamento na história deste instrumento, uma visita aos sítios web abaixo:
http://www.inorg.chem.ethz.ch/tango - página de Christian Mensing sobre tango e bandoneón.
http://www.bandoneon-hartenhauer.de/ - Página dos Bandoneões Hartenhauer
http://www.bandoneon-maker.com/ - Página dos Bandoneões de Harry Geuns
http://www.inart.de/gutjahr/ - Página dos Bandoneões Gutjahr
http://www.bandonion-carlsfeld.de/ - Página da Bandonion und Concertina Fabrik Klingenthal
http://www.pigini.com/prodotti/standard.php?language=en - Bandoneões Pigini
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Jean-Pierre Bianchi
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